segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Recordações para perder de vista

Os olhares dos garotinhos, porque eu andava de braços dados com meu irmão; o dó
das velhinhas e criancinhas; os escravos do servo curandeiro; as desconexões
quando eu revelava no bate-papo a desnecessidade da foto. Só lembro dessas
coisas quando voltam a acontecer, então não mais as procuro dentro e fora de
mim.

domingo, 12 de agosto de 2012

A regência da rede

Ainda no subsolo do prédio, me deu na telha o seguinte: Nem em casa consigo ficar sozinho. Fico tentando achar as letrinhas no
touchscreamming e depois me reconfortando na vasta botãozeira do computador. Compartilho o que penso, com base ou interpretações
supostamente hilariantes daquilo que consegui absorver entre o falatório que veio antes e depois do meu. Entram também na receita os fatos
do jornal, os retratos falados do cobrador, as conversas do vizinho no hall, o forró que tocava no carro que ia em direção ao reduto do
samba, as janelas que abrem e fecham e são só barulho. Pra poder processar todo esse caleidoscópio e poder reter na rotina da retina, que
nunca me regeu, é preciso tempo de manobra para respirar, acessado com o botão "off-line", ao lado do relógio.
Aí dou uma breve desligada no celular e no computador, pra poder falar com meu interior. Por isso imploro: só não botem rede na minha
varanda!

domingo, 5 de agosto de 2012

Bixiga é alegria

Coisas do Bixiga: passo apressado pelo boteco e me convidam pra um churrasquinho
que tava rolando ali mesmo; já na Achiropita a tiazinha da barraca me dá uma
Fogazza a mais porque já me viu subindo ladeira com o Tocha; o Tocha, morador
das calçadas da 9 de Julho, ontem me ajudou a pegar o ônibus e pela sétima vez -
e como sempre fez - recuzou o troco que lhe ofereci. Bixiga é alegria, como
dizia o samba da Vai-Vai!