sábado, 29 de dezembro de 2012

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dilemas de um brasileiro viajante

Um Porto Alegre ou um Porto Seguro? Uma Boa Vista ou um Belo Horizonte? Um Campo
Largo ou uma São Francisco? Se Rio de Janeiro, o que faço com fevereiro? A
capital dos gaúchos não seria cuia, bá? Se gosta de São Paulo e de São João,
também gosta de meninos e meninas? Se Brasília foi planejada, JK é o pai do
mensalão? Em São Paulo acontece o maior engarrafamento, e onde acontece o maior
derramamento?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Uma viagem em 45 tweets

Ainda agitado pelas últimas duas semanas, tentei escrever sobre a viagem a San Francisco em forma de tweets, porque o mundo é dos rápidos.
Considere cada linha, de no máximo 140 caracteres, como um tweet. Follow me!

Ter, 04 dez: tensão das horas antecedentes, agitação e imaginação.
Facilidade no embarque, conheci brasileiras prestativa no ambulift pro avião (nunca tinha andado naquilo)
A aeromoça portuguesa me ajudou a preencher o formulário de imigração, as do ambulift a passar tranquilidade, a ajudar a cortar a comida
Qua: chegada tranquila, consegui explicar para o transfer e encontrei meu amigo no Hostel.
Só me assustou a puchada d braço na imigração, pq eu n entendia a posição d se render no raio x. A mulher só falava um latido e "your arms"
O hostel é organizado, fácil de andar, simpática a coreana da recepção. Isso me faz relevar o pingo que sai do chuveiro.
Burritos gigantes com o meu amigo e o então amigo do amigo dele.
Qui: Ida à LH para conhecer o mapa em braille e comprar um carro reserva novo (leia-se bengala)
Eu não tenho noção de norte e oeste, mas o mapa é bem interessante, embora abranja área pequena. Sugeri Parcerias no Brasil.
O meu inglês quase tímido encaixou melhor com o da Isabell, a simpática mexicana da loja de carros, relógios e demais objetos falantes.
China town, comida do Irâ: eu nunca vou saber se a verdadeira é mesmo melhor.
As ruas próximas ao Hostel parecem sempre cheias, não vai ser difícil arranjar alguém pra perguntar se errar a direção.
Sex: Union Square: Fotos são o que eu tô tentando imaginar, tiradas por alguém que faz parte daquele cenário quase imaginário
Sáb: compre aquilo que você vá realmente gostar de usar e trazer boas lembranças.
Como é bom amigo que gosta de rir junto!
Quase me compliquei na imigração, mas os gringo pira na caipirrrinha! (e eu no Jack on the rocks)
Você se comunicou tão bem com o mendigo que ele quis te abraçar.
Dom: dia de andanças até acabar o sol, do hippie da Haight ao fervo do Castro 440.
Seg: ida à LH para comprar presente e falar com a simpática Isabelll..
Meu cartão não passou na LH, um imprevisto e pretexto pra voltar?
Como é difícil falar em uma lingua que não é a sua quando você realmente não sabe o que pretende dizer..
Adoraria conhecer melhor a atmosfera daquele PUB, perto daquele parque que exalava do verde
A tapa (comidinha espanhola), quanto mais recheada melhor.. (o mesmo não se aplica ao tapa, é claro)
Ter: Ficar curtindo a tristezinha da volta é desperdiçar tempo da alegria da dúvida
Frio dentro e fora da barriga. Andar 3 quadras e pegar metrô sozinho pela 1ª vez.
E saindo pensei: se insisti é porque, calculados os riscos, eu posso e devo, porque realmente quis
O som, o vento, a água na sarjeta, o fogo que exala alguma fumaça. Todos os elementos podem te guiar.
Vc teve novamente sorte ao cruzar com as pessoas certas e mostrou que se preciso saberá insistir ou gritar.
A dose comemorativa tomo em casa, recordando ao ler as fotos faladas. Vai Corinthians!
Qua: Clima de inverno. Despedida Isabell na LH e ida ao Exploratoriun: o caminho (algumas vezes túnel) tátil a ser percorrido no escuro
E eu me acabava de rir cada vez que caía em solo não firme.. Mal sabia que meu amigo se desesperara pouco depois da entrada
Depois fomos juntos, ele ainda tenso e eu orgulhoso por poder guiá-lo com tanta convicção, como ele quase sempre faz comigo.
Qui: Ida para Atlanta, com conexão em Los Angeles.. Será que dá um filme?
Será que moedas brasileiras, dadas como "gifts", podem fazer o simpático esquecer do carão da gorjeta?
O australiano: comunicação difícil, mas um bom guia e parece bem humorado. Keep talking!
E foi realmente difícil, mas reconfortante e interessante. Um dos mais prestativos gringos que já conheci.
Sex: o dia que demorou, dentro e fora do hotel, à espera do vôo para a terra das sabiás e do jeitinho.
Desparou uma sequencia de lefts e rights que quando fui ver o MC Donalds mais próximo parecia ser o de Guarulhos.
Tranquilidade no transfer p/aeroporto: o motorista era o mesmo e ainda lembrava da gorjeta graúda da noite anterior, dada agora por vaidade
O rapaz do check-in, depois de outra não despresível caixinha quase obrigatória, me fez lembrar o australiano e sua simpatia
O Boneze, cujo filho é, logicamente, o Bonezinho, que veio lá de Santa Felicidade para te deixar mais tranquilo e feliz.
Dormi o sono dos relaxados, entrecortado por comidinhas, conversinhas ou balançadas.
Sáb 15 dez: Chegada tranquila, com direito a comprinhas no Free Shop com assistência do seu Chapéu, ou melhor Boneze..
Quase dormi em pé esperando o ônibus pra ver a Nicole, mas valeu cada pescada!
Domingão, Coringão bicampeão.. O mundo é mesmo nosso!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Esperando algum sinal

Esperando algum sinal

Espero o sinal abrir, algum braço ao meu se unir, algum motor parar de zunir
Espero uma notícia tua, um vago "vamos combinar", um esbarrão quase premeditado na rua
Espero o calendário mudar, alguma passagem a comprar, algum curso a começar, algum caminho novo a se mostrar
E, se mais nada tiver pra esperar, apenas desespero, com muito esmero, até o bonequinho de cor mudar

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O MÉDICO E O SOCIÓLOGO

Conheceram-se numa banca ali da Augusta, ambos sentindo uma certa culpa por
terem lido a capa da última Veja. Um trajava camiseta de time, outro do Fórum
Social Mundial. Aí as afinidades e vaidades foram postas em choque no seguinte
diálogo:
- Cara, sei de tudo, estudei o sistema renal!
- E é melhor que o capitalista?

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Medonismo

Não nos procuramos, apenas nos encontramos
Energias afins, cantavam  isqueiros e querubins
Não nos encarafunchamos, tão somente fantaziamos
E agora te vejo andando, do Bixiga aos Jardins
 
Me pergunto se te mereço
Às vezes penso que não te conheço
Ah se me dicesse, na cama vazia, com aquela voz macia
Que eu jamais saberia, que eu jamais esqueceria
 
Tenho medo de te querer de novo
Tenho medo do presente repetir o passado
Tenho medo desse sentimento novo
Tenho medo de te perder, sem nunca realmente ter te encontrado

terça-feira, 16 de outubro de 2012

De Ouvido Abrido ao vivo: rotina sem retina

É amanhã! (17/10) Venha participar desse descontraído bate papo sobre como é a "rotina
sem retina". Seria mesmo tudo escuro? E os sonhos, têm cores? Mitos,
curiosidades, coisas engraçadas do cotidiano. Traga suas dúvidas e causos, estaremos te esperando "de ouvido abrido"!
Espaço Mundo Mundano (Mourato Coelho, 25, Pinheiros), amanhã 20h. Espero te ver por lá
http://www.mundomundano.com.br/1710-1o-ponto-de-mutacao-rotina-sem-retina/

sábado, 29 de setembro de 2012

Novamente os anônimos

Falávamos sobre a dificuldade de estabelecer um diálogo quando não se tem a
mínima noção de quem é o outro interlocutor. Aquela conversa de doido, com o
"bom te ver por aqui, continua indo lá?". Conheço muitas pessoas na rua, mas sou
um péssimo memorizador de nomes. Aí alguém me disse que eu não deveria me
preocupar muito com isso, porque hoje as pessoas estão imersas em seus próprios
mundinhos. Discordei e resolvi compartilhar esse trechinho de conversa. "Mas
olha só, a rua pra mim é um divã coletivo - numa caminhada inspirada, cada
esquina pode ser uma surpresa. E acho que tem muito mais gente boa que gente
ruim, seja pelos gestos, seja pelas idéias compartilhadas. Nunca esqueço daquela
menina que foi comigo naquela caótica tarde de sexta chuvosa até o fim do
Viaduto do Chá, me alegrando com seu imenso guarda-chuva, e só depois contou que
tava indo pro outro lado. Essa se me falasse "oi, eu sou a moça do guarda-chuva,
lembra", eu certamente lembraria, mas não faço nem idéia da 1ª letra do nome. E
assim vários anônimos fazem dessa caminhada uma suave maratona sem fim."

domingo, 16 de setembro de 2012

Desejo não tem cor

Queria estar naquele Pub cinza, tomando um Black e ficando red, ouvindo um
blues, Hard Core ou um samba de preto velho. Só não ouço cores

sábado, 15 de setembro de 2012

Blinder

No Blinder, o chat da cegolandia:
- Você é alta?
- Tô voltando da casa do Zoião, só Black e Ice. Tô altíssima!
- Tua voz lembra a da Katia Flávia.
- Como ela é?
- Conheço aquele corpo todinho, mas não sei descrevê-la!
- Conhece biblicamente?
- E paganamente também. Escuta, qual tua idade?
- Trinta e lá vai pedrada.
- Pedrada para cima ou para baixo?
- Bem, sou fortinha, então acho que para os lados.
- Adoro! Qual teu peso?
- Te garanto que você me ergue, me larga e me ergue de novo!
- Uhu! Tô na tua cola, gatolha! Como são seus olhos?
- Veja como os seus.
- Adoraria ver seus olhos nos meus!
- Isso é poético.. Gostei.
- Isso é desejo, pitchu. Conta mais. Quero te ler em braille.
- Com quantos pontos se faz um bom braille?
- Me fez cócegas só de pensar. Um arrepau no pil!
- Eita trocadalho do carilho, batido mas bem lembrado.
- Sabia que a primeira amnésia a gente nunca esquece?
- Nem por foto a gente lembra.
- O que os olhos não vêem os outros contam.
- Bem dito, mas só contam o que julgam importante.
- Então somos filtrados de muita coisa?
- Yes, penso isso.
- Merece um beijo. Segura aí: smaakt!
- Beijo pelo celular é meio gozado.
- Isso é só uma prévia, Tchu. Te farei fechar os olhos ainda mais!
- Qual o tamanho da tua bengala?
- A social ou a de trote diário?
- Você tem duas, é?
- Até três, quase um adultério.
- Fiquei com medo. Você é uma figura!
- E você é um álbum!
- Meenas, pleasfavore! Nessas horas eu preferia ser surda a cega.
- Desculpintão. Aperta o três e até mais não ver.
- Bestão! Me liga, te gosto.
- Bom dia pra você também!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Recordações para perder de vista

Os olhares dos garotinhos, porque eu andava de braços dados com meu irmão; o dó
das velhinhas e criancinhas; os escravos do servo curandeiro; as desconexões
quando eu revelava no bate-papo a desnecessidade da foto. Só lembro dessas
coisas quando voltam a acontecer, então não mais as procuro dentro e fora de
mim.

domingo, 12 de agosto de 2012

A regência da rede

Ainda no subsolo do prédio, me deu na telha o seguinte: Nem em casa consigo ficar sozinho. Fico tentando achar as letrinhas no
touchscreamming e depois me reconfortando na vasta botãozeira do computador. Compartilho o que penso, com base ou interpretações
supostamente hilariantes daquilo que consegui absorver entre o falatório que veio antes e depois do meu. Entram também na receita os fatos
do jornal, os retratos falados do cobrador, as conversas do vizinho no hall, o forró que tocava no carro que ia em direção ao reduto do
samba, as janelas que abrem e fecham e são só barulho. Pra poder processar todo esse caleidoscópio e poder reter na rotina da retina, que
nunca me regeu, é preciso tempo de manobra para respirar, acessado com o botão "off-line", ao lado do relógio.
Aí dou uma breve desligada no celular e no computador, pra poder falar com meu interior. Por isso imploro: só não botem rede na minha
varanda!

domingo, 5 de agosto de 2012

Bixiga é alegria

Coisas do Bixiga: passo apressado pelo boteco e me convidam pra um churrasquinho
que tava rolando ali mesmo; já na Achiropita a tiazinha da barraca me dá uma
Fogazza a mais porque já me viu subindo ladeira com o Tocha; o Tocha, morador
das calçadas da 9 de Julho, ontem me ajudou a pegar o ônibus e pela sétima vez -
e como sempre fez - recuzou o troco que lhe ofereci. Bixiga é alegria, como
dizia o samba da Vai-Vai!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Por entre os prédios de nós

Ontem me contaram que os ensaios da Vai-Vai esse ano já serão na Barra Funda,
hoje que o Bar da Árvore, com seus pastéis, espetinhos e cerveja trincando,
virou bombonier. A Augusta ainda sacode, mas ameaça se transformar num quintal
só de concreto e vidro. Que venha logo a estação 14 Bis, porque tudo é
passageiro.

Já experimentou pensar de olhos fechados?

Em um estabelecimento qualquer, dou uma nota de R$20 para pagar algo que custava
R$13. Colocados aqueles 2papéis de mesmo tamanho na minha mão, pergunto qual a
de R$2 e qual a de R$5, e a moça reage com perplexidade: "Como você sabe que tem
uma de 2 e uma de 5?". Ora pois, já experimentou pensar com os olhos fechados?
Uns dirão que a concentração pode aumentar, mas não sei se concordo - porque
nunca pensei de olhos abertos - e não é sobre isso que eu pretendo falar nesse
momento. O que quero expor é que se o troco é de R$7, não há outra combinação
possível com duas notas. Talvez, olhando para as cédulas, uma simples soma faz
com que não se tenha que matutar sobre isso, mas é só mais uma forma básica de
conhecimento ensinada na escola. Vale dizer que Essa "admiração" quanto ao fato
de um cego adivinhar o valor das notas não acontece só com pessoas que não
tiveram acesso a uma boa formação. Aqui poderiam ser abertos inúmeros
parênteses, seja sobre a qualidade de nossa educação ou sobre como os "normais"
(olhe bem para as aspas) observam os "não enxergantes" (essa com contribuição de
uma amiga do trabalho, risos). O que pretendo concluir é que muitas coisas podem
ser feitas de outras maneiras, seja no sentido contrário ou com o uso de outros
sentidos. Atravessar uma rua só pelo barulho dos carros ou perceber que existe
uma farmácia só pelo cheiro que vem lá de dentro parece algo igualmente
sobrenatural, mas só porque talvez nunca se tenha tentado ou precisado. Quanto a
trocos mais complexos, avenidas de duas mãos ou farmácias escondidas dentro de
um MC Donald's, prefiro deixar para os próximos capítulos, ainda que nada seja
impossível quando se consiga ver algum caminho.

terça-feira, 3 de julho de 2012

quarto.txt

Depois de passar horas em pé, recebendo flores, ouvindo conselhos, orações e
lamentações, não via a hora de se deitar. Era um estúdio pequeno, próximo ao
metrô e ao escritório em que trabalharam juntos pelos últimos dez anos. Da porta
de entrada já se avistava a cama, que naquele dia encontrava-se desarrumada. Nas
paredes quadros abstratos, araras com roupas penduradas, a televisão de
proporções avantajadas, a gaiola vazia e o espelho. Despiu-se, ensaiou um bocejo
e Esparramou-se numa cama demasiadamente grande. Nenhum canal de televisão foi
capaz de reter sua atenção por mais de alguns segundos. Desligou o aparelho e
colocou-se próxima à janela, que estava entreaberta. Garoava, pingos brotavam do
céu e de seus olhos. Sentiu vontade de seguí-los, numa viagem de aproximadamente
45 metros. Se seu parceiro teve a coragem, por que ela não teria? Será que se
encontrariam lá em baixo, ou ele conseguira convencer o porteiro celestial de
que foi um mero acidente? Quanta perspicácia em partir sem sequer se despedir,
quanta covardia em abandonar tantos projetos, angústias e sonhos em comum. Um
pensamento a perturbava desde a primeira revista, em busca de alguma carta,
e-mail ou outro sinal: o que ele não quis dizer em palavras, mas disse com a
queda? Lembrou-se do carinho que ele fazia em seus pés descalços, dos beijos
demorados na última ida à praia, das caricaturas que colocava por debaixo da
porta. Tudo aquilo não mais fazia sentido? Fechou bruscamente as encardidas
cortinas ao lembrar de que suas roupas estavam no sofá cama, onde despencou sem
pestanejar. Quem mais se importava com sua nudez, quem mais notava seus lapsos
de memória? Ainda deitada, suas mãos alcançaram a gaveta mais próxima. Escondida
entre contas a pagar, caricaturas e retratos, uma caixa com alguns comprimidos
que lhe garantiriam horas de sono, quem sabe meses ou anos.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A saideira

Em um balcão qualquer paro pra pedir a saideira. O homem, ao perceber os gomos
de meu carro então dobrados e os olhos fechados, se faz de desconfiado. Digo que
não há problemas, não vou dirigir. Ele ri e me entrega a latinha. O paradoxo é
que às vezes me faço de palhaço pra me levarem a sério.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tempos

Dizem os médicos que nasci antes do tempo, mas eu não me recordo desse tempo.
Quanto menor o tempo, maior a pressa. Quanto maior um tempo, mais rápido ele
passa. Quando o tempo fecha, temporal, nem sempre dá tempo de correr. Quando dou
um tempo, de tempos em tempos lembro de você. O tempo é o melhor remédio - ele
não para, mas serve para tudo. A única certeza atemporal que tenho é de que,
quando der meu tempo, partirei sem entender em quantos tempos couberam essa
palavra.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Perguntas e respostas

Hoje foi o gente boa da banca quem perguntou se eu contava os passos. Respondi que agora só faltavam 417 e que se perguntasse outra coisa eu ia perder a contagem!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Um momento feliz

O pênalti do adversário chutado pra fora, o término de uma atividade chata, a tontura da primeira tragada, a aprovação de algo que se
espera, o momento do gozo. Um momento feliz não vê cor, faz esquecer a dor, às vezes independe até de um amor - só não é algo durador, pra
que a gente mantenha o espírito voador e não se esqueça de buscar outro explendor.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Escolhas

O natural e o urbano; o canibal e o vegano; o uniforme e o insano; a buzina, o
piano; o ópio e o Sinzano; o sacro e o profano; o baterista e o soprano; o
cotidiano e o mundano. qual o errado, qual o engano? fico é com o humano (o
maniqueísta do manicômio)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Se cuida!

Enquanto eu escovava os dentes andando pela casa, chega um sms mais ou menos
assim: "hj passei lá onde te conheci. Saudades, se cuida!". Horas antes, na
minha pressa habitual, ouço um "por aqui meu jovem, corre não, se cuida"!". Na
bagagem a ser embarcada daqui há alguns dias, a mensagem: "cuidado, frágil".
Será mesmo que fulano está cuidando daquele caso? Na saída do prédio, a
advertência: "Cuidado! Ao entrar no elevador verifique se o mesmo encontra-se
parado neste andar". "E o flanelinha? E o avião? E a camisinha?" (trecho da
música "Cuidado", do Barão Vermelho) O flanelinha diz que o carro de quem me dá
carona estará bem cuidado, mas é preciso cuidar do tempo para não perder o vôo.
Já quanto à camisinha, é preciso cuidado ao guardá-la! Certa vez passei uma
vergonha das grandes porque o raio x acusou a embalagem metálica do
preservativo, me obrigando a depositá-lo na sestinha. E num descuido já ia me
esquecendo que falava da expressão "se cuida". Ela admite diferentes tons e
contextos: pode significar "se eu pudesse cuidava de você" (uma carta na manga
em despedidas), um sonoro "se orienta" (quando se faz algo com alguma
negligência), ou um "fica bem, vai passar ou melhorar". O "se cuida", em tom
irônico, também pode dizer algo do tipo "eu sei o que você vai fazer, então boa
sorte, vai com calma e depois se quiser me conta tudo". Em todos os casos, por
mais superficial ou descuidado que seja, demonstra alguma preocupação ou desejo
de que aquela pessoa esteja bem - até mesmo num quase sincero "vai logo, tchal e
se cuida!". Trecho da mesma música do Barão diz para ter cuidado com quem você
se envolve. Esse cuidado pode então significar tanto a desconfiança como a
necessidade de dar atenção. A falta de cuidado pode gerar acidentes ou
distanciamento, enquanto o excesso demonstra insegurança ou pode levar ao
desprezo. "cuidado! Se não você dança..", ainda diz a melodia, num tom que
provoca a vontade de sacodir o esqueleto, esteja ele descuidado ou não. Bendito
equilíbrio entre a vontade de dançar e a de cuidar. Se cuida e até a próxima
música!

sexta-feira, 16 de março de 2012

O mosquito

pernilongo, murissoca, mosquitinho,
são tantos os nomes, pra esse agora indesejado
não precisa chamar, ele vem sozinho
querendo meus membros, mostrando seu chiado

um mosquito sacana, um mosquito qualquer
chega sorrateiro, faz aquela revolução
seja pobre ou bacana, seja homem ou mulher
contra ele não tem mandinga, resa brava ou palavrão

mosquito dengoso, mosquito tarado
mosquito charope, mosquito bandido
se esfrega em minhas partes, não se faz de rogado
caminha afoito, de ouvido a ouvido

Tenha dó de mim, amanhã também trabalho
os ponteiros engasgam, uma noite acordado
Muda ao menos a música, quem sabe um chocalho
já levou o meu sangue, que mais quer deste lado?

Coço a perna, coço o braço
espio as horas, faço cara de tédio
da cama me levanto, em um só paço
o ventilador a todo vapor, na pele algum remédio

ai se eu te pego, ai se eu te mato
Quero te ver entre meus dedos, botando o líquido vermelho pra fora
brincamos nessa noite, como gato e rato
o sangue era também meu, não mais importa agora

acontece na mata fechada, nas luzes da cidade
e num golpe certeiro, acabou-se o sofrimento
lá se foram algumas horas, pareceu uma eternidade
é o fim da picada, ô lázaro momento!

domingo, 11 de março de 2012

Restaurant Week SP

Quase 4 da manhã, a geladeira aqui de casa parece loteamento novo (só
luz e água!) e eu lendo coisas do tipo "macedônia de frutas da época com
crocante de castanhas do Brasil" ou "ninho de merengue com sorvete de
limão com calda de frutas silvestres". Acho que os nomes chamam mais
atenção que o sabor. Ainda fico com as "almofadinhas de queijo" que comi
no Center 3! Sugestão de nome de Refrigerante: Sampa - já vem
engarrafado! Entrada "ai se eu não te pego", prato principal "pé na
jaca" e sobremesa "taça de sorvete gordelícia"! Vamos ao que interessa
então, que eu já tô falando mais que o tiozinho que ficou me alugando
ontem na Augusta (juro que nessas horas eu queria ser surdo ao invés de
cego!). O cara vai pra praia e volta até com a lingua bronzeada.. Até o
próximo domingo (18/03) acontece a edição paulistana da Restaurant Week,
com almoços a R$33 e jantar a R$44 - inclui entrada, prato principal e
sobremesa. É uma ótima oportunidade para conhecer novos lugares. Seguem
o que garimpei aqui nas redondesas. Vale lembrar que se for dirigir não
beba, e se for beber me chama! Boa cumilança!

Capim Santo
Alameda Ministro Rocha Azevedo, 471 - Cerqueira César
Telefones: (11) 3068-8486
Entrada almoço

BOLINHO DE AIPIM COM QUEIJO CANASTRA DA SERRA
OU
CEVICHE DE PEIXE COM PALMITO PUPUNHA E SORBET DE CAJ?br>OU
MIX DE FOLHAS COM CASTANHA DE CASTANHA DE CAJU


Prato Principal

LINGUINE COM MOLHO DE LIM? CRAVO
OU
STROGONOF DE COGUMELOS COM CHIPS DE BATATA DOCE E ARROZ SETE CEREAIS
OU
CARNE DE PANELA COM CERVEJA PRETA ACOMPANHADA DE FAROFINHA DE OVO


Sobremesa

PUDIM DE CAPIM SANTO
ou
BRIGADEIRO NA COLHER


CARDÁPIO JANTAR

Entrada

BOLINHO DE AIPIM COM QUEIJO CANASTRA DA SERRA
OU
CEVICHE DE PEIXE COM PALMITO PUPUNHA E SORBET DE CAJ?br>OU
MIX DE FOLHAS COM CASTANHA DE CASTANHA DE CAJU

Prato Principal

LINGUINE COM MOLHO DE LIM? CRAVO
OU
STROGONOF DE COGUMELOS COM CHIPS DE BATATA DOCE E ARROZ SETE CEREAIS
OU
CARNE DE PANELA COM CERVEJA PRETA ACOMPANHADA DE FAROFINHA DE OVO
OU
MOQUECA DE ARATU COM PURE DE B

Sobremesa

PUDIM DE CAPIM SANTO
ou
BRIGADEIRO NA COLHER

**

Msanè
Alameda Jaú, 1177 - Jardim Paulista
Telefones: (11) 2679-5123
Entrada almoço
Steak Tartare
ou
Gnhocci de semolina, Fonduta de parmes? tomate cereja assado e manjeric?br>

Prato Principal

Corte especial Msan?pur?e batatas, sals?Confit e molho proven?
ou
Risoto de tomate assado, Fricass?e lulas e espuma de a?r?br>

Sobremesa

Fondant de chocolate belga 70% cacau com sorvete de pistache
ou
Abacaxi poche em calda de a?r? p?de-l?Milk Shake de baunilha
**

Tandoor - Rua Doutor Rafael de Barros , 408
(11) 3052-4380
Seg à Quin -12 às 15hs e 19 ás 23hs , Sex - 12 às 15hs e 19 às 0hs, Sáb - 12 às 16hs e 19 às 0hs , Dom - 12 às 16hs e 19 às 22hs
Entrada almoço

Vegetable Samosa
Pastel recheados com batatas, ervilhas e especiarias
ou
Chicken Samosa
Pastel recheados com frango e especiarias
ou
Chutneys
Uma seleção de molhos condimentados de iogurte com hortelã, tamarindo e papaya para adicionar mais sabor à refeição

Prato Principal

Murg Nariyal (Frango)
Curry de frango temperado com especiarias e cozido com leite de coco
ou
Roghan Josh (Carneiro)
Carneiro desossado cozido com masalas no estilo dos marajás
ou
Acompanhmentos
Chana Masala (Grão de Bico)
Grão de bico preparado em um rico molho de tomate, cebola e especiarias
ou
Kesari Pullao (Arroz com Açafrão)
Arroz colorido aromatizado com especiarias
ou
Naan (Pão)
Pão indiano macio feito na hora no forno Tandoor

Sobremesa

Gulab Jamun (Bolinho de leite)
Bolinho de leite servido quente com caldo de essências de rosas
ou
Mango Kulfi (Sorvete de manga)
Sorvete indiano exótico de manga

CARDÁPIO JANTAR

Entrada

Vegetable Samosa
Pastel recheados com batatas, ervilhas e especiarias
ou
Chicken Samosa
Pastel recheados com frango e especiarias
ou
Chutneys
Uma seleção de molhos condimentados de iogurte com hortelã, tamarindo e papaya para adicionar mais sabor à refeição

Prato Principal

Bageecha Jhinga (Camarão)
Camarão e legumes lentamente cozido um um delicioso molho de tomate com especiarias
ou
Murg Makhani (Frango)
Exótico prato de frango Tandoor: cubos tenros de frango temperados e assados no Tandoor e depois cozido com molho de tomate temperado
ou
Acompanhmentos
Daal Masala (Lentilha)
Lentilha preparada em um rico molho de tomate, cebola e especiarias
ou
Kesari Pullao (Arroz com Açafrão)
Arroz colorido aromatizado com especiarias
ou
Naan (Pão)
Pão indiano macio feito na hora no forno Tandoor

Sobremesa

Gulab Jamun (Bolinho de Leite)
Bolinho de leite servido quente com caldo de essências de rosas
ou
Mango Kulfi (Sorvete de Manga)
Sorvete indiano exótico de manga

**

Pão com Manteiga
Rua Haddock Lobo, 141 - Cerqueira César
Telefones: (11) 3257-7822
Entrada jantar

Bruschettas de tomate cassé
Pão integral, catupiry, ricota, tomate, azeitona preta, manjericão, alho, azeite e sal
ou
Salada de folhas verdes, pêras, crocante de parma e molho de queijo Brie

Prato Principal

Risoto de salmão com Dill
ou
Galeto desossado e grelhado com molho de vinho do porto e risoto de ervilhas frescas
ou
Leque de mignon com penne ao pesto de manjericão e mussarela de búfala

Sobremesa

Ninho de merengue com sorvete de limão com calda de frutas silvestres
ou
Bolo de coco molhado com sorvete de tapioca e calda gengibre

Arabia
Rua Haddock Lobo, 1397 - Cerqueira César
Almoço:
Entrada

Salada de pepino, coalhada e queijo Fetta
Uma refrescante e saborosa salada de pepino, coalhada e queijo Fetta
ou
Couve Flor com Tarator
Couve flor levemente frita, regada com molho tarator (uma bela combina? de Tahine, suco de lim? um toque de alho e sal)
ou
Salada de feij?branco e tomate cereja
Simples e saborosa
ou
Homus com fava verde
Pasta cremosa de gr?de-bico temperada com lim? Tahine e um leve toque de alho; com favas verdes


Prato Principal

Arroz com lentilha e carne temperada
O tradicional e delicioso arroz com lentilhas coberto com carne desfiada e cebolas douradas, temperados com especiarias ?abes. Acompanha uma pequena por? de coalhada
fresca
ou
Tajine de frango com couscous
Macia sobrecoxa desossada, cozida com cebola Cass?azeitonas e lim?siciliano confit.
Acompanha s?la de Couscous
ou
Falatel no prato (vegetariano)
Os famosos bolinhos de fava e gr?de-bico. Acompanha salada de salsinha, cebola, e tomate, temperado com molho tarator, suco de lim? Tahine e um leve toque de alho
ou
Berinjela ao forno
Camadas de berinjela recheadas com carne temperada com especiarias ?bes, e coberta com molho de tomate. Acompanha pequena por? de arroz com Aletria


Sobremesa

Aish Saraya
Receita Libanesa: Sobre uma fina camada de massa, um delicioso creme perfumado com Misk, coberto com pistache picado e finalizado com calda de flor de laranjeira
ou
Sorvetes
Nossos sorvetes s?artesanais, sem conservantes ou gorduras trans. Nossos sabores: Misk, lim?puxa, e o maravilhoso Halawi (o famoso doce de gergelim)
ou
Doces ?bes
Da nossa confeitaria saem alguns dos melhores doces ?bes de S?Paulo, feitos pelo nosso Patissier liban? Experimente os de semolina, macarr?inho ou os folhados de
nozes ou caju
ou
Frutas da esta?
A mais fresca, bonita e apetitosa da esta?


JANTAR

Entrada

Berinjela assada com tomilho, coalhada temperada e rom?r>Uma r?a e elegante entrada. Saborosa berinjela assada com tomilho e acrescida de coalhada seca e sementes
de rom?r>ou
Fatti de aspargos
Tenros aspargos frescos com molho de coalhada levemente temperada com manteiga e um toque de alho, torradas de p?Liban?e Snoobar
ou
Salada de favas, ervilha e alcachofra
Uma bela combina? de ingredientes; sabores do Mediterr?o e toques primaveris
ou
Quibe cru de salm?br>Esta ?ma especialidade do Ar?a. O salm?fresco ?icado finamente na faca para manter toda a sua caracter?ica. Adicionamos um leve trigo liban?e
pronto. Uma bela salada de folhas, ervas e mini alcachofras completam esse irresist?l prato


Prato Principal

Arroz de berinjela e cordeiro
Arroz de a?r? com pequenos cubos fritos de berinjela, cobertos com lascas de cordeiro e cebola caramelizada
ou
Galeto assado com mograbie
Um tenro e saboroso galeto assado (1/2), temperado com Summac e acompanhando de Mograbie (tamb?conhecido como Couscous Liban? pequenas bolinhas de massa feitas com
semolina, cozidas no caldo de frango e temperadas)
ou
Kafta no espeto; acompanha batata ou arroz
Suculento espeto de carne mo? temperada com salsa e especiarias. Acompanha batata ?oda libanesa (batata amassada coberta com cebola refogada e coentro no azeite)
ou arroz com aletria (arroz com macarr?inho cabelo de anjo)
ou
Freek com gr?de bico, ab?a e cebola Cass?vegetariano)
Neste prato, o freek (trigo verde) com um toque de defumado combina perfeitamente com o adocicado da ab?a e da cebola cass?r>

Sobremesa

Batanie
O Arroz doce Liban? coberto com uma fina camada de gelatina de flor de laranjeira, pistache e am?oas
ou
Sorvetes
Nossos sorvetes s?artesanais, sem conservantes ou gorduras trans. Nossos sabores: Pistache, Rosas e Chocolate Belga
ou
Knefe
Mais uma maravilha da nossa confeitaria: doce de macarr?inho recheado com nata e pistache - servido com calda de Flor de laranjeira
ou
Frutas da esta?
A mais fresca, bonita e apetitosa da esta?

**

Shintori
Al. Campinas , 600
(11) 3283-2455
Entrada jantar

Gyu niku tataki
Carpaccio de carne com molho oriental
ou
Sunomono
Salada oriental com molho agridoce

Prato Principal

Degustação Restaurant Week
Pequenas porções individuais de camarão gratinado com creme de Tofu, Shimeji na manteiga, contra-filé Shogayaki, Shumai de carne de porco, atum branco
ao molho Tarê Tori Sambaisu (frango).
Acompanha yakimeshi (arroz grelhado com legumes)
ou
Sushi misto
16 unidades de Niguiri Sushi, Hossomakis e Uramakis variados (salmao, atum, polvo, peixe branco e pepino). Acompanha Missoshiru (sopa de pasta de soja)
ou
Sukiyaki vegetariano (opção vegetariana)
Tofu, acelga, cebola, cebolinha, Shimeji e macarrão Udon, preparados em uma panela a sua frente, com molho de Shoyu, açucar e saquê. Acompanha arroz branco
e ovo cru (opcional)

Sobremesa

Yuzu lemon pie
Nossa versão de torta de limão siciliano, feita com Cream Cheese Philadelphia e Shochu de Yuzu, servida em uma bonita taça
ou
Bonsai
Sorvete de creme com pedaços de biscoito de chocolate e calda de açúcar mascavo

**

TEA CONNECTION - Al. Lorena , 1271
(11) 3063-4018
Seg à Sex - 08 às 0hs, Sáb - 09 às 01h, Dom - 09 às 23hs
Entrada almoço

Come to papa: Batatas douradas no forno, Cream Cheese Philadelphia e cebolinha, aromatizadas com óleo de alho e ervas.
ou
Saladinha caesar

Prato Principal

Sanduiche de beringela e queijo: Berinjela à milanesa assada, queijo mussarela derretido, rúcula, broto de alfalfa e tomates assados com manjericão e pão
de cereais torrado.
ou
Salada de salmão defumado: Salada verde, ovo pocheé, salmão defumado, abacate e batatinhas com molho tártaro, pepinos e Dill.

Sobremesa

Salada de frutas de estação com sorvete.
ou
Mousse de amoras e Blueberries

CARDÁPIO JANTAR

Entrada

Quiche de espinafre, queijo minas com saladinha verde e tomates cereja
ou.
Tortilha de batata assada, cebolas refogadas, ervas aromáticas com saladinha verde e tomates cereja.

Prato Principal

Prato saudável de salmão: Salmão assado, purê de batatas e rúcula com vegetais grelhados, molho tártaro, pepinos e Dill.
ou
Prato saudável painço com queijo de cabra: Base crocante de painço com cebolinhas e parmesão, abóbora grelhada, cebola cozida, cogumelos Portobelos, queijo
de cabra derretido, rúcula e castanhas de caju.

Sobremesa

Strudell de maçãs e Blueberries com sorvete
ou
Cheesecake com frutas vermelhas
Feito com Cream Cheese Philadelphia

**

O Gato que Ri (Lgo Arouche 37)
Brasato
Cupim assado com salada de escarola
ou
Mix de folhas com lascas de parmesão, tomate e cenoura ralada, ao molho vinagrete especial

Prato Principal

Lasanha verde tradicional ao molho sugo ou bolonhesa
ou
Filé de truta grelhada ao molho de alcaparras, acompanhada de arroz de camarão

Sobremesa

Tartufo de chocolate recheado com nata
ou
Pudim de leite condensado

CARDÁPIO JANTAR

Entrada

Creme de mandioquinha e gorgonzola com farofa de bacon
ou
Alface americana, cubos de manga, palmito e amêndoas ao molho italiano

Prato Principal

Risoto Negro com frutos do mar
ou
Filé Mignon grelhado ao molho pomodoro acompanhado de Talhatele na manteiga de ervas

Sobremesa

Creme de Papaya com licor de cassis
ou
Uma sobremesa de nosso carrinho à escolha


Templo da Carne - Marcos Bassi
Rua Treze de Maio, 668 - Bela Vista
Telefones: (11) 3251-1488
Entrada

Pão italiano
Berinjela caponata, pimentão vermelho,
abobrinha grelhada, patê de cenoura,
manteiga, molho de cebola, torradas,
abobrinha recheada com tomate seco e
cenoura palito

Prato Principal

Bom bom
Miolo do alcatra
ou
Farofa especial
Ovos, bacon, salsinha, linguiça frita, cebola,
alho e farinha de mandioca
ou
Arroz do cozinheiro
Arroz, bacon, batata palha, salsinha, ovo

Sobremesa

Torta crocante com calda de chocolate

**

Hideki Sushi

Rua Treze de Maio, 1050 - Bela Vista
Telefones: (11) 3283-1833
Entrada almoço

Sunomono
Picles de pepino
ou
Shumai
Trouxinha tradicional recheada de carne su? ou bovina ou legumes


Prato Principal

Risoto de cogumelo Shimeji acompanhado de carne de porco ?ilanesa no preparo tradicional japon?(op? frango)
ou
Tirashi
Arroz de sushi ?oda do Chef, coberto com 10 cortes de peixes variados e Nori
Alga - acompanha Missoshiru


Sobremesa

Rabanada ?oda do Chef recheada de Cream Cheese Philadelphia
Acompanhada de Salada de frutas
ou
Fruta do dia cozida no saqu?figo, ma?ou p?


CARDÁPIO JANTAR
Entrada

Sunomono
Picles de pepino
ou
Shumai
Trouxinha tradicional recheada de carne su? ou bovina ou legumes
ou
Uma por? de Hossomaki


Prato Principal

Risoto de cogumelo Shimeji acompanhado de Teppan de Peixe
ou
Sashimi Misto com 12 cortes variados
Acompanha Gohan e Missoshiru

Sobremesa

Rabanada ?oda do Chef recheada de Cream Cheese Philadelphia
Acompanhada de Salada de frutas
ou
Fruta do dia cozida no saqu?r>Figo, ma?ou p?

**

Zeffiro Restaurante e Rotisseria
Rua Frei Caneca, 669 - Consolação
Telefones: (11) 3259-0231
Entrada almoço

Salada Panzanella
Salada com folhas verdes, tomate, pepino, cebola ao vinagrete, com farofa de pão temperada
ou
Rolinhos de couscous paulista
Couscous com legumes servido com enfeites de alface

Prato Principal

Nhoque de mandioquinha ao pesto de rúcula e nozes
Nnhoque de mandioquinha servido com molho pesto de rúcula e nozes
ou
Filé de peixe (pangassius) com crosta de farofa de pão e amêndoas, acompanhado de arroz caponata
Filé de pangassius grelhado com crosta crocante de pão, amêndoas e parmesão, acompanhado de arroz com caponata (legumes picados ao forno e integrados ao
arroz)

Sobremesa

Banana caramelizada com sorvete
Banana caramelizada com sorvete de creme
ou
Surpresa de merengue
Merengue mais macio com sorvete de creme e calda de manga e hortelã

CARDÁPIO JANTAR

Entrada

Medalhões de polenta em 2 sabores (2 molhos diferentes)
Medalhões de polenta com molho de tomate e manjericão e com molho quatro queijos
ou
Arancini
Bolinho de risoto recheados com mozarela

Prato Principal

Escalopinho (de alcatra) recheado com queijo Brie, acompanhado de batata rústica
Escalopinho de alcatra recheado com queijo brie, acompanhado com batatas com ervas
ou
Peito de frango recheado com damasco e queijo, empanado, ao molho de Marsala, acompanhado de arroz Veneto
Frango recheado com damasco e queijo, empanado, regado ao molho de vinho, acompanhado com arroz feito com alho-poró

Sobremesa

Bolo mousse de goiaba
Fatia de bolo feito com a polpa da goiaba, regado com creme de queijo
ou
Creme de papaya
Creme de mamão papaya com licor de Kassis

**

Tordesilhas
Rua Bela Cintra, 465 - Consolação
Entrada jantar

Cuscuz de farinha ovinha de uarini com camarão e vegetais
ou
Salada de escarola ao molho de aliche, compota de tomate cereja e fitas de pupunha

Prato Principal

Mini lulas com purê de mandioca e folhas tenras de mostarda
ou
Ravióli de queijo minas com Ragu de rabada

Sobremesa

Pudim de maria-mole com calda de chocolate e café
ou
Macedônia de frutas da época com crocante de castanhas do Brasil

sábado, 10 de março de 2012

Noite de lua cheia, o pensamento vagueia

É daqueles dias que você pensa em seguir o ritmo de alguma bateria imaginária,
mas a cabeça e as pernas doem. É daqueles inícios de noite em que a boca sente
sede, mas o estômago não comporta mais nada. É daqueles fins de tarde em que a
chuva já molhou, mas a sensação é de que já evapora e continua gerando calor. É
daqueles inícios de por-do-sol nublado, em que o pensamento voa, mas não chega a
concretizar nenhuma idéia. O telefone na mão parece ocupar espaço, enquanto os
dedos acariciam o visor em busca de algum contato perdido. É daquelas horas em
que o chão parece feito de bolinhas de gude e os pés descalços sentem a dureza
de uma geléia esquecida na geladeira. É daqueles minutos em que o ar parece te
respirar. É daqueles segundos que o relógio parece cantarolar com seus
ponteiros, num tic-tac frenético. Gotas de orvalho, gotas de um chuveiro - o
champu, o sabonete primeiro. Lavou tá novo, respirou tá disposto. Toca em frente
que o tempo não para. Nem toda noite é rara, nem toda lua é clara. Até pra poder
ajeitar, as vezes é preciso quebrar a cara.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Uma imagem vale mais que 1000 palavras?

No último tópico que aqui escrevi, tentei relatar a estranha sensação de
compartilhar uma foto, curtida e comentada no Facebook, mas que eu nunca tinha
visto. Naquele dia, à espera de uma bela feijoada na quadra da Vai-Vai, uma
imagem mostrando talvez eu sorrindo, um copo e várias pessoas lá embaixo talvez
sintetizassem melhor o que eu queria dizer do que um "chega aí meu povo, a
cerveja tá gelada e tá bombando!". Alguns dias depois o acontecimento a ser
registrado foi o carnaval, com suas cores, luzes, alegorias e fantasias. Outra
foto compartilhada (eu com a fantasia, pronto para desfilar no Sambódromo do
Anhambi) rendeu bons comentários. Dessa vez eu tinha mais elementos "paupáveis"
para entender aquela imagem: já tinha explorado a fantasia - mas quantos outros
rostos apareciam ali, algum outro letreiro, parede ou carro alegórico? O que o
flash é capaz de realçar ou apagar? Uma "audiodescrição" ajudaria bastante, mas
nem sempre é possível entender tudo o que se passa na cabeça de quem lê uma
imagem. Isso me dá um misto de resignação e fascínio, que me fez prestar mais
atenção nessa forma de compartilhar e relembrar momentos. Por outro lado, penso
existirem coisas que as lentes não são capazes de registrar: a emoção quando o
locutor anunciou a entrada da escola, fazendo o coração entrar no ritmo da
bateria; o suadouro por conta da sapatilha pra lá de apertada e pelo chapéu que
a cada mínima chacoalhada eu tinha a certeza que cairia; a vibração vinda das
arquibancadas. Para mim, os relatos são fotografias, capazes de me transportar
novamente para aquele momento. Aí é que, para além da vontade de compartilhar, o
blog surgiu também como um diário, um álbum. Vale resgatar trecho da 1ª
postagem: "Valeu Paulete, Xan, Rodrigão e todos os outros cujos nomes minha
memória não foi suficientemente precisa para resgatar, mas estão registradas
como um vídeo feito
de sons, risadas, improvisações e cevadas, numa imagem pra lá de perfeita."
Imagens são imediatistas, curtas e diretas como um tweet; textos demandam uma
interpretação, um "imaginar". A foto de um cenário de guerra chama mais a
atenção que a manchete "cenas de barbárie na quarta-feira de cinzas" - mas só a
imagem não daria conta de descrever onde e o porquê. Falando em imaginar, eis
uma pequena definição que achei em algum dicionário virtual: "conceber alguma
coisa, criá-la, fantasiá-la". Crio então minhas imagens, baseadas na
adivinhação, na fantasia daquilo que julga-se como real. Aí talvez resida a
diferença entre ler um livro e assistir ao filme narrando aquela mesma história.
Não a toa encontrei como sinônimos para "imaginar" as palavras adivinhar,
fantasiar, julgar. Ao ouvir os trovões, advinho que o céu está preto, mas esse
preto para mim é algo fantasioso, abstrato: carvão, ausência de luz. Ao som da
bateria, viajo vibrantemente no meu carnaval monocromático: penas, lantejoulas,
uma mão feita em um material que lembra garrafa pet. Num mundo de imagens, fatos
e fotos, a imaginação e as palavras correm soltas, restaurando momentos que
fogem da rotina, ainda que sem passar pela retina. Navegar, imaginar e registrar
são mais que necessários!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Compras coletivas

E quando acho que estou nadando e andando pras compras coletivas aparece uma
oferta que parece única aqui pertinho.. Vou ser novamente engroupido, mas já dei
um Click On e agora lembro do cupon na véspera do vencimento. Só por hoje,
amanhã a oferta já é outra. Save me, tamo junto, Também faço parte do Clube!

domingo, 29 de janeiro de 2012

As fotos que eu não vi

As fotos de mim tiradas, as fotos comigo marcadas; as fotos de lugares que
estive, as fotos de paisagens quase intocadas. Guardo fotos de onde aquela
pessoa ia, de uma garrafa vazia, de uma feijoada; são imagens de uma só esquina,
da cidade toda iluminada. São fotos sorrindo, são fotos desfocadas; são fotos em
palavras, são fotos rabiscadas. O retrato tem no fundo uma parede, o retrato se
abre ao mar; subo escadas, abro portas, um retrato a me olhar. Imagens sem
cores, por você descritas; imagens que carregam sabores, amores e sensações.
Imagens que se formaram, sem passar pela retina; são imagens que ficaram,
conservadas em nostalgia. As fotos que não vi são as mesmas que ainda não
esqueci; as fotos que eu não vi, me recordo porque vivi. Faço pose de
fotografia, faço cara de gibi; agradeço de verdade, por ter estado aqui.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

SP458

Fiquei sabendo que desde bebê vim para São Paulo algumas vezes com meus
pais em busca de alguma cirurgia para minha retina. Ainda que o único
resultado tenha sido um diagnóstico, a cidade sempre exerceu algum
facínio sobre mim. Quando eu era criança, meus primeiros contatos com a
"selva de pedras" se deram pelas palavras de algum locutor. Nos dias
chuvosos na praia, enquanto todos jogavam baralho ou liam o jornal
naquela "sonífera ilha", a minha distração era acompanhar, nas ondas
curtas do radinho de pilha, o trânsito e a programação intensas da
metrópole. Talvez naqueles dias eu tenha ouvido falar do Elevado Costa e
Silva (Minhocão) e do Teatro Gazeta mais que da XV de Novembro e do
Teatro Guaíra. Anos mais tarde lá estive de passagem - indo para o
Hopihari com a escola ou para um evento no Rio, e fiquei vidrado na
quantidade de estações de rádio que meu walkman era capaz de sintonizar.
Pregação evangélica, música eletrônica, mpb, sertanejo, noticiário, o
locutor que saudava os trabalhadores que já estavam em pé antes das 6 da
manhã de um sábado qualquer. No caminho para o colégio, eu pedia pra mãe
sintonizar na Jovem Pan, só pra ouvir o "vambora vambora" do Jornal da
Manhã. "são seis e vinte e dois. Repita! São seis e vinte e dois. Na
paulista, quinze graus." E, quando me dou conta, já é o quarto
aniversário de São Paulo que passo na cidade - não como breve visitante,
e sim como morador. Ouvindo Ira ("feliz aniversário, envelheço na
cidade", resolvi escrever esse texto. Sem mais, vambora vambora! São
Paulo, lugar em que se aprende a admirar a beleza do caos. A cidade que
não dorme: pelo barulho, pelas baldeações entre trem, ônibus e metrô
antes e depois do expediente, pelas opções 24h. a metrópole do mundo, do
trabalho e da noite de todos. Tantos são os encontros e desencontros
entre seus quase 11 milhões de habitantes (20 milhões somando-se a
região metropolitana), formando a 4ª maior aglomeração urbana do
planeta. Distribuidos irregularmente em seus 1525km2, ocupam-se viadutos
pichados, praças mijadas, limpas calçadas arborizadas, arranha-céus
neoclássicos, cortiços, sobrados, mansões. A maior parada LGBT e a
segunda maior frota de helicópteros do mundo. Cidade de contrastes: a
Ponte Estaiada, o trabalho escravo no Bom Retiro. Há nem 3km do centro
financeiro do país, o golpe do bilhete premiado ainda rola solto na
Praça da Sé. Quantos quilômetros separam a Estação Tiradentes de Cidade
Tiradentes? Quantos ônibus chegam na Rodoviária do Tietê diariamente?
Quem nunca veio para cá visitar um parente, prestar uma prova, feira ou
congresso? Os que já viram e babaram na tv olhando o pastel do Mercado
Municipal, os que pensam em um dia criar coragem para correr na São
Silvestre. Os bares da Vila Madalena, os modernetes da Augusta, as
boates da Vila Olímpia, os botecos de cada esquina - aqui se ganha, aqui
se gasta. Restaurantes a se perder de vista - na Mooca, no Itaim ou na
Bela vista. Os alagamentos de janeiro e os engarrafamentos do resto do
ano são acompanhados por todo o país - nas telinhas, nos rádios dos
taxistas. A virada cultural, a mostra de cinema, as peças em cartaz que
lembram um festival de 365 dias. Oportunidade, diversidade, megalomania
e vaidade, o que mais define essa cidade? Aqui quem quer se acha, quem
quer se perde. Aqui quem chega não volta, quem parte compara: o chope
bem tirado, a pizza consistente, o metrô que espreme mas não demora a
passar. Ah São Paulo, difícil mesmo é não te gostar. Avesso do avesso,
túmulo do samba? Fique de boa na garoa, legal na marginal - aqui tem
dias de sol, azaração e até carnaval. Sampa é porreta, maneiro, massa ou
trilegal, mas faz parte de nosso povo daqui falar mal. Dizem não caber
num adjetivo qualquer, não ter uma identidade - mas eu não a troco tão
cedo por qualquer outra cidade. Parabéns a todos que fizeram e a nós que
hoje fazemos desse o nosso lugar!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Chica from Ipanema

Atrasado, mas jamais sonegado, feliz 2012! Há cerca de 6 meses, retornando do
Rio de Janeiro, escrevi um diário de viagem (para mim, praticamente um álbum de
fotos), e surgiu então a 1ª postagem. Passei a virada de ano naquela cidade que,
apesar da chuva, continuava maravilhosa. Dessa vez não trouxe tantas histórias
para contar, mas foram 3 dias também bastante intensos. Um ensaio de sono foi
quebrado antes mesmo de o avião decolar: "bem-vindos a bordo, aqui quem vos fala
é o comandante Pedrada.." Foi tudo muito rápido, quando me dei conta já digitava
alguns torpedos no celular, no 6º andar de um hostel que consegui reservar na
última hora. Feito o reconhecimento de área, facilitando uma localização quando
o gps já se encontrace levemente avariado, parti para a Tijuca para almoçar na
casa de um amigo - o mesmo que passou comigo a virada. Na volta senti como seria
a energia de passar mais uma troca de página de calendário em meio a 2 milhões
de pessoas: "motorista, para não", dizia alguém batucando no vagão lotado do
metrô. Fiquei hospedado a nem 500 metros do Copacabana Palace, onde ficava o
palco principal, e a 120 da estação Cardeal, mas meu mapa mental não era a prova
d'água naquele mar de gente. Pergunta ali, faço o caminho meio que por intuição
(porque até a hora de ir embora não consegui entender a tal da bifurcação que ia
para a Atlântica ou para a Barata Ribeiro). Cheguei já com uma leve garoa, que
só variou de intensidade durante os próximos dias. Gringos se animavam com as
"caipirrinhas", jogando bilhar. Encontrei meu amigo, acompanhado de mais duas
amigas dele, na porta do hostel. Chegamos pouco antes do show do Rappa começar,
mas elas não gostaram da aglomeração e decidiram ficar por ali, onde daria pra
ver legal a queima de fogos. Felizmente, sem eu sequer me manifestar, ele
decidiu seguir um pouco mais, propondo encontrá-las depois do foguetório.
Lembrei de trecho da música Ronda: "desista, essa busca é inútil". Alguns metros
depois de termos nos separado delas, a circulação não era ruim e dava pra ouvir
sem esforço. Rappa botando pra quebrar - músicas conhecidas acompanhadas em um
coro crescente. Conversa com um, com outro e, no fim de 2011, descobri que a
Mulher Melancia canta: "você você você quer..". Quando o meu birigético já não
descia mais, já virado para o mar para esperar os primeiros tiros coloridos,
apareceram uns mineiros muito engraçados e aí, uai, eu quis terminar o ano de
mãos livres. Não esperem descrições maravilhadas dos fogos, porque realmente
fiquei com aquela cara de paisagem, mas realmente fiquei curioso quando a
multidão extasiada aplaudia os tais espirais. Os ânimos se acalmaram, até de
mais, no show do Latino, que não conseguiu empolgar nem quando tocou "Festa no
Ap". Depois daquilo, David Guetta seria no mínimo incrível. E foi! Aquela
energia toda e eu imaginando ainda os tais espirais, botando o robozinho pra
chacoalhar. Já no fim do show a garota de ipanema apareceu na minha frente, numa
esfregada sensacional. Esbocei um "feliz 2012" e quis saber quem era aquela que
dançava ali tão perto, o suficiente pra eu poder enxergá-la com o corpo. Senti o
"boas entradas" em meu bolço, mas eu ainda estava com os reflexos bem apurados -
felizmente não ao ponto de quebrar os dedos que mal chegaram a roçar em um drops
de halls e alguma outra porcaria que habitavam minha bermuda. Fiquei puto, parei
de dançar. Meu amigo disse alguma frase pronta que me fez pensar que enquanto eu
me divertia o mané trabalhava, e provavelmente teria de dividir o lucro com a
garota do Cantagalo. Quando a bateria da Beija-flor subiu ao palco meu ritmo já
era o do show do Latino. Meia hora de argumentação em um inglês de pastelaria
com um italiano e chegamos a um consenso sobre a chave do quarto que faltava:
era melhor deixar a porta encostada e pensar nisso no dia seguinte. Depois de um
banho frio, veio aquela clássica preguiça de dormir. Tomei a saideira no bar do
hostel, arranhando um pouco mais no inglês, no portunhol e até no gesto -
obviamente essa comunicação pra mim só funciona de forma unilateral. Acordei
tarde, fui almoçar num restaurante já por mim bastante conhecido e, advinhem
quem encontrei? Ele, o comandante Pedrada! Depois, como ainda não aprendi a
chegar à Ipanema, caminhando na pista da Atlantica fechada para carros vaguei
por umas 2h entre o Leme e o Arpoador. Delícia sentir aquela garoa na cara, sem
ter que se preocupar com postes, com horário. Certamente 2012 guardará alguns
domingos de caminhada naquele lugar. Já com as pernas cançadas teve seção de
piadas no hostel, conheci o amigo brasileiro do italiano da chave. Se a cidade
da garoa não era mais São Paulo, o jeito era retornar para lá. Dessa vez
certamente não encontraria o fatídico comandante, porque a volta foi de Gol
(grande ônibus lotado). Na plataforma da Estação Trianon a metroviária me
pergunta: tá vindo de onde? E eu, ainda viajando, disse que vinha do Rio. E ela
responde: "não moço, quero saber de que estação você veio!". Já era noite de
segunda, já era o segundo dia do ano. E aí, por alguns segundos, me peguei
pensando: de onde vim, para onde vou? E de onde veio o casal que pretendia fazer
a faxina na virada? Do Vidigal, de Cantagalo, da Mangueira? Quem sabe ele
residisse ali mesmo em Copa, num apertamento com mais 8 colegas, e precisava
acertar as contas com o inquilino, com o passador ou o bicheiro? Alguns dias
depois assisti ao filme "Era uma Vez", que conta a história de um honesto
morador do morro que teve um romance com uma patricinha de Ipanema. Pelo nome do
filme, não é difícil deduzir que não há final feliz. Ouvindo um samba chamado
"Nomes de Favela", percebo que tudo se deforma, se reforma, se transforma. E aí
termino o texto sem formar uma opinião concisa sobre de onde vieram, para onde
vamos, quem verá e quem vencerá. Só sei que 2012 já é, e em breve já era!